Omara Portuondo e Maria Bethânia
Considerada uma das melhores cantoras de bolero de Cuba, Omara Portuondo é dona de voz macia e intensa, que aos seus 70 anos é considerada a melhor artista cubana nesta vertente, tendo sido a protagonista duma das passagens mais comoventes no documentário “Buena Vista Social Club” do realizador alemão Wim Wenders, filme que acabou por celebrizar internacionalmente a música cubana e os seus intépretes.
O encontro de Omara e Bethânia talvez seja uma grande alegoria dos laços ancestrais e indissolúveis que ligam as aldeias de ambas: “um fenômeno desde as primeiras pesquisas chamou a atenção dos afro-americanistas, tanto na Bahia quanto em Cuba: os escravos negros identificaram os orixás africanos a certos santos e virgens católicas”, observa o antropólo francês Erwan Dianteill. A origem dos negros, iorubás, é a mesma. Enquanto por aqui a alcunha é candomblé, na pequena ilha caribenha é santería. Só muda o nome. As associações e configuração do culto são as mesmas. No plano econômico, o cultivo da cana-de-açúcar, através da monocultura no sistema plantation, se repetiu lá e cá.
Um povo que ama
Primeiro trabalha
E só carrega cangalha de tristeza e partida
quando uma rima atrevida
Faz da batida
A sinfonia da vida
O negro que canta é o mesmo que ama
Samba, rumba e maracatu
Blue, Jazz e Chorinho
Na América de norte ao Sul
E hoje que a liberdade é quase
O som negro é um quasar
Chorando de mansinho
Com carinho e emoção!
Caro Ademário,
Gostei muito de sua poesia. Posso colocá-la aqui?
Abraço,
Me desculpe a demora, mas fique a vontade. O que faço é por prazer espiritual de viver e de ver e ouvir e curti o que outras e outros fazem de belo…
Um abraço de volta na porta da afinidade…