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A Chuva Pasmada e o Mar Me Quer – Mia Couto

08 terça-feira nov 2011

Posted by zedec in Outras coisas boas...

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A chuva pasmada, cultura, Guimarães Rosa, literatura, livro, mar me quer, mia couto, Moçambique

O rio  nunca está feito, como não está o coração. Ambos são sempre nascentes, sempre nascendo. (Mia Couto. A Chuva Pasmada).

Já era pra ter plantado aqui o que entrou no meu juízo depois da leitura de dois livros do grande Mia Couto. Nem carece falar muito dele, pois já falei desse moçambicano umas poucas de vezes aqui no roçado. Mas é que tem um deles, “A Chuva Pasmada”, que li de forma muito aperreada e engraçada. Quase todos os dias eu ia à livraria Cortez, aqui pertinho, mais ou menos umas 100 braças aqui de casa, ler o danado do livro. Viciou-me, visse!!. A leitura + o café expresso.

Em Chuva Pasmada quem narra o romance é um menininho que entrecruza com os diálogos entre os personagens. São 17 capítulos onde um avô e um menino protagonizam a história. E ainda, o pai, a mãe e uma tia solteira. Os pais consideram o ‘meninin’ uma criança espantada, pasmada: lerdo no fazer e custoso (demorado) no pensar. E aí uma ‘comparaçãozinha’ arretada: a chuva que tardava a vir e era reclamada por todo mundo, era tão ‘pasmadinha’, lerda, como o menino.

Mas por qual razão a chuva não caia naquele pedaço africano? Por que o rio estava ficando seco? Não seria por conta da fabrica que soltava fumaça? Essas questões não podiam ser respondidas dentro de um raciocínio lógico, por isso será necessário recorrer às lendas e aos mitos. É no momento que ocorre ao avô contar a história sobre o rio (a lenda de Ntoweni). Esta lenda discorre acerca do nascimento do rio que banha aquela terra… Aí o menino inicia as observações sobre o avô. O avô é ‘mermin’ o rio: “o rio emagrecera mais do que o avô, os terrenos encarquilharam, o milho amarelecia” (p.14).

Por fim, na última parte, o avô pega um barquinho e sai deslizando na água que ainda resta do rio. O menino vê o barquinho se desmanchando no horizonte, diluindo-se no azul da correnteza e dentro dele está o avô que parte para não mais voltar.

Já o outro, “Mar Me Quer”, foi um presente que ganhei de uma amiga. Esse li com mais tempo… Claro, quando dava… Ora no banheiro, ora dentro do carro, ora na rede… Pra onde ia levava o “mar me quer” comigo. E por isso não me demorei muito na leitura.

Do que ficou no meu juízo das leituras dos livros é que somos filhos da água e só nos tornaremos terra, poeira, pó, quando secarmos, feito um torrão tal qual um açude esturricado cravado no sertão. Resta-nos não nos acabar de sequidão, de deixarmos minguar, antes que o “fio do tempo nos dite a morte”.

São estórias paridas do misto de calor e frio, do pouco definido, das estranhezas, bem fincadas no lugar e nas personagens friccionadas, como são todos os escritos do moçambicano.

Fico por aqui… e noto que há traços do Guimarães Rosa na obra do Mia Couto, por isso a leitura é interessantíssima….. Podem conferir!

Tradutor de Chuvas, por Mia Couto

07 quinta-feira abr 2011

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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cultura, livro, mia couto, Moçambique, poesia, tradutor de chuvas

O moçambicano Mia Couto, pra mim, é um dos grandes escritores… Um bom ficcionista. Não sei dizer se é um bom poeta… É que eu não tenho muitos critérios para tal julgamento. Mas estou lendo um livro de poesias dele que se chama “Tradutor de Chuvas”, com 66 poemas, e nem preciso dizer que também estou gostando até demais da conta. As poesias ‘carregam’ no lirismo… e eu acho isso fantástico. Mia Couto cria um mundo próprio… É como se fosse uma “agricultura às avessas”… onde ele com “apenas uma semente / planta a terra inteira”, ao mesmo tempo que admite só ter palavras para o “indizível”. Nisso aí ele é craque. Ele fez-se no ato de escrever e por isso faz acontecer os nascimentos reais ou simbólicos, as mães e os filhos, os partos, as casas e os rios, os infinitos e as eternidades… Na verdade, um verdadeiro labirinto de arquétipos. Os poemas que gosto do livro são os mais curtos: “a minha tristeza / não é a do lavrador sem terra. // A minha tristeza / é a do astrônomo cego”… Também tem àqueles narrativos como “O brinde” e “Os que esperam”. Tem também aqueles que materializam sutilmente a passagem do tempo: “O bairro da minha infância” e aqueles que focam com nitidez gestos concretos: “… a moça sentada num degrau, pintando as unhas como quem oculta a morte da sua meninice, corpo dobrado na “delicada intenção do ourives”. Pois bem, quem não ainda não leu sugiro dar uma olhadinha no livro do autor; vocês não vão se arrepender.

Como falamos a Democracia?

11 segunda-feira out 2010

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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cultura, eleições, literatura, mia couto, Moçambique, política, portugal, Português

Texto do Mia Couto

“A questão pode ser assim formulada: como pensar a democracia numa língua em que não existe a palavra “democracia”? Num idioma em que “Presidente” se diz “Deus”? Nas línguas do Sul de Moçambique, o termo para designar o chefe de Estado é “hossi”. Essa mesma palavra designa também as entidades divinas na forma dos espíritos dos antepassados, traduzindo uma sociedade em que não há separação da esfera religiosa. (…)”

“Os nacionalistas africanos não ficaram à espera que um vocabulário apropriado nascesse nas línguas maternas dos seus países. Eles começaram a luta e essa mesma dinâmica contaminou (mesmo com uso de termos e discursos inteiros em português) as restantes línguas locais”. Leia Mais

Antes de Nascer o Mundo (Mia Couto)

30 domingo maio 2010

Posted by zedec in Outras coisas boas...

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Antes de nascer o mundo, literatura, mia couto

Fonte: foto retirada da internet

Esse livro veio parar em minhas mãos no ano passado (2009), através de uma namorada que me presenteou com o livro “Antes de Nascer o Mundo”. Adorei! o cara é fantástico, escreve em forma de poesia e prosa e diz coisas preciosas como: “o silencio é música em estado de gravidez”; “sentir raiva é outra forma de chorar”. Os personagens são bem construídos… Seus nomes não são somente nomes, mas sim parte da personalidade, da história de cada um.

 

 

Pois bem, o livro dar conta de assuntos tais como a violência contra as mulheres, as quais dedica um capítulo inteiro – “Os papéis da mulher” –, e o impacto sofrido com a chegada da globalização num país destruído e fragmentado pela guerra como Moçambique. Sua delicadeza para criticar (“quem sabe os estrangeiros privados são os novos deuses?”), e falar sobre questões mais sérias e violentas e denunciar uma série de situações intensas sem, no entanto, resultar em algo como um texto documental, objetivo, jornalístico. E mais, cada capítulo é iniciado com um poema em sua maioria de autoria de Hilda Hilst, Sophia de Mello e Breyner Andresen, que indicam o que está por vir; uma espécie de mote (repente) a que se seguem as estrofes.

As categorias de tempo – passado e presente – são partes indissociáveis… Elas se refletem nas feridas deixadas pelo passado (período da colônia, problemas sociais enfrentados por Moçambique). Já o futuro é um tempo que não existe, ausência total, uma vez que as elucubrações voltam-se para anulação de conflitos internos que formam o passado dos personagens, todos fechados em si mesmos, isolados do mundo e da vida, e assim definidos: “neste mundo existem os vivos e os mortos. E existimos nós, os que não temos viagem”.

Quem dança

30 domingo maio 2010

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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cultura, Dança, mia couto

 

Fonte: retirado da internet

“Quem dança

Não é quem levanta poeira

Quem dança

é quem reinventa o chão”

(Mia Couto)

Mote

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