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Mel no Tacho

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Mel no Tacho

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Nonada

08 sexta-feira out 2010

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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Antônio Marinho, cultura, Grande Sertões:Veredas, Guimarães Rosa, literatura, Livros, Nonada, pajeu das flores, São José do Egito, Terra do Poeta

Um doutorzinho se dirigia à um sítio que tinha acabado de comprar e resolveu conhecer o novo vizinho. Parou o carro, se aproximou da casa, entrou e sentou no alpendre; pediu um copo d’agua, tomou uns goles… Um rapaizote veio correndo  dizer que o dono não tardava a chegar. Quando, novamente, entorna o copo d’água,  escuta uns tiros… ali por perto… Passa um pedacinho de tempo e logo chega o dono da casa, cumprimenta-o, e cai na rede da varanda. E aí o doutor, de olho aboticado, pergunta logo, tá acontecendo alguma questão aí, alguma arenga?… O dono da casa dá uma risada e diz: “Nonada”. Os tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não. Mirei na jurema, numa baixada que tem bem ali.
Pois bem, a palavra “nonada” aparece em “Grande Sertão: Veredas”, onde Guimarães Rosa pega uma das palavrinhas esquecidas e coloca no cenário. E sabe o que ele quer dizer? “Quase nada”. Nadica de nada, um nadinha de nada. Coisinha sem significância, bagatela, besteira.
Eu entendo que “nonada” é: “não-nada”. E é assim nós falamos: “ah, não foi nada não…”

Mas, e por falar em “nada-não, me veio à memória Antônio Marinho, da região do Pajeu das Flores, em São José do Egito.

Antônio Marinho entrou numa bodega onde sempre ia para prosear. Entrou, e tava um zuadeiro medonho. O proseado estava bom, danado!… Pois bem, ficou olhando umas mercadorias que estavam na prateleira, ficou olhando… e o balconista, muito esperto, perguntou logo para Antônio:
– E o senhor aí, deseja alguma coisa?
– Nada não, respondeu Antônio Marinho.
O balconista também, de vez em quando, tirava uma de gozador… e disse:
– Nada não, não tem; tá faltando, seu Antônio, oh!
Foi ele soltando essa brincadeira, e a risadagem tomando de conta da bodega. Alguns diziam: mas Antônio levar um gozada dessa, rapaz!…
Antônio Marinho, com aquele jeitão matuto, agüentou e ficou calado por alguns minutinhos… e ficou olhando a bodega, e de repente disse:
– O que tem naquelas bacias, ali em cima? Perguntou, apontando para algumas bacias, tigelas que estavam nas prateleiras no alto da loja.
– Nada não, seu Antônio.
– Já que chegou, embrulha um quilo que eu vou levar!! Respondeu Antônio, na bucha!

Trovador canta o Nordeste

21 quarta-feira out 2009

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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Tags

inácio da catingueira, ivanildo vila nova, Nordeste, pajeu das flores, Rogaciano Leite, trovador


Lembro que a primeira poesia é do Rogaciano Leite, e a segunda, do Ivanildo Vila Nov…. As demais eu não sei. Se alguém souber…

Aos Críticos

Senhores críticos, basta/,
Deixai-me passar sem pejo/
Que um trovador sertanejo/
Vem seu pinho dedilhar/
Eu sou da terra onde as almas/
São todas de cantadores/
Sou do Pajeú das Flores/
Tenho razão de cantar/
Não sou um Manuel Bandeira/
Drumond, nem Jorge de Lima/
Não espereis obra prima/
Deste matuto plebeu/
Eles cantam suas praias/
Palácios de porcelana/
Eu canto a roça, a choupana/
Canto o sertão, que ele é meu.
Vocês que estão no Palácio/
Venham ouvir meu pobre pinho/
Não tem o cheiro do vinho/
Das uvas frescas do Lácio/
Mas tem a cor de Inácio/
Da serra da catingueira/
Um cantador de primeira/
Que nunca foi numa escola.
Pois meu verso é feito a foice/
Do cassaco corta a cana/
Sendo de cima pra baixo/
Tanto corta como espana/
Sendo de baixo pra cima/
Voa do cabo e se dana.
O meu verso vem da lenha/
Da lasca do marmeleiro/
Que vem do centro da mata/
Trazida pelo leenheiro/
E quando chega na praça/
É trocada por dinheiro.
O meu verso tem o cheiro/
Da carne assada na brasa/
Quando a carne é muito gorda/
Esquentando, a graxa vaza/
É a graxa apagando o fogo/
E o cheiro invadindo a casa.
Aqui é a minha oficina/
Onde conserto e remendo/
Quando o ferro é grande eu corto/
Quando é pequeno, eu emendo/
Quando falta ferro, eu compro/
Quando sobra ferro eu vendo/
Meu verso é feito a cigarra/
Num velho tronco a sonhar/
Que canta uma tarde inteira/
E só para quando estourar/
Que eu troco tudo na vida/
Pelo prazer de cantar.
Quem foi que disse/
Professor de que matéria/
Que o sertão só tem miséria/
Que só é fome e penar/
Que é a paisagem/
Da caveira duma vaca/
Enfiada numa estaca/
Fazendo a fome chorar.
Não pode nunca imaginar/
O som que brota/
Da cantiga de uma grota/
Quando chuva cai por lá/
O cheiro verde/
Da folha do marmeleiro/
E o amanhecer catingueiro/
No bico no sabiá.
Tem mulungu do vermelho/
Mas vivo e puro/
E tem o verde mais seguro/
Que tinge os pés de juá/
A barriguda mostrando/
O branco singelo/
E a força do amarelo/
Na casca do umbu-cajá.
Criou-se o estigma/
Do matuto pé de serra/
Que tudo que fala erra/
Porque não pôde estudar/
Só fala versos matutos, obsoletos/
Feitos por analfabetos/
Que mal sabem se expressar.
Falam no sul com deboche/
Que isso é cultura/
De só comer rapadura/
Como se fosse manjar/
Saibam que aqui/
tem abelha de capoeira/
E o mel da flor catingueira/
É mais doce que o mel de lá.
Temos poesia que exalta/
O que é sentimento/
E a força do pensamento/
De quem sabe improvisar/
Tem verso livre/
Tem verso parnasiano/
E mesmo longe do oceano/
Tem galope à beira-mar.
Zefa Tereza me ensinou/
Que prum caboclo/
Entrar na roda de côco/
Tem que saber rebolar/
Soltar um verso na roda/
Que se balança/
E no movimento da dança
Fazer o côco rodar.

Mote

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