Esse é um dos tantos estilos da música sertaneja de raiz – Cururu – que se caracteriza por um duelo entre violeiros. Essa tradição segue viva no interior do estado de São Paulo, especialmente na região onde fica as cidades de Piracicaba, Sorocaba, Tatuí e Botucatu. O vídeo abaixo mostra seu Moacir Siqueira, cantador de cururu de Piracicaba.
“A poesia matuta já é um estilo consagrado da literatura brasileira. Nomes como Patativa do Assaré, Catulo da Paixão Cearense e Zé da Luz são conhecidos em todo o país como os principais representantes do gênero. Um pouco menos famoso que os três, mas podendo ser considerado tão importante quanto, é Jessier Quirino, poeta paraibano que vem se destacando por seu estilo humorístico.”
O mote é “isso é cagado e cuspido paisagem do interior”. A expressão cagado e cuspido é bastante conhecida nossa. Ela é de origem ibérica e vem de encarrara e esculpido. Com o tempo foi se alterando e passou para “encarnado e esculpido”, depois passou para “escarrado e cuspido”.. e por fim a gente arredondou para “cagado e cuspido”.
Jessier Quirinoé paraibano de Campina Grande, arquiteto por profissão, poeta por vocação, vive atualmente em Itabaiana. É o autor dos livros “Paisagem de Interior”, “A Miudinha”, “O Chapéu Mau”, “O Lobinho Vermelho” e “Agruras da Lata D’Água”, além de cordéis, causos, musicas e outros escritos. O crítico do Jornal do Commércio – Recife fez o seguinte comentário, quando do lançamento de seu
O meu cavalo de arreio prateado
A namorada muito amada agarrada na garupa
Me protegendo dos malefícios da vida E agarrada, muito amada, na garupa do cavalo
Iê, iê, arreio de prata
Uô, uô, eu todo prateado
Muita boiada, muita cerca colocada
As meninas proibidas de fazer amor mais cedo
O meu cavalo e sua égua malhada
fazendo amor no terreiro da morada das meninas
Iê, iê, arreio de prata
Uô, uô, eu todo prateado
E relinchavam pois gozavam liberdade
e as meninas não podiam nem gozar da vaidade
e as meninas até sonhavam com a cidade
e com os rapazes que porventura encontrassem Iê, iê, arreio de prata
Uô, uô, eu todo prateado E olhavam tanto , tanto para o meu cavalo
se imaginavam éguas e eu todo prateado
E olhavam tanto , tanto para o meu cavalo
se imaginavam éguas e eu todo prateado