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Arquivos da Tag: Tropicalismo

Gal Costa… musa da canção brasileira

24 domingo out 2010

Posted by zedec in Outras coisas boas...

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Baby, Baiana, Canção Brasileira, cultura, Elis, Gal Costa, João Gilberto, música, MPB, musa, Polygram, Tropicalismo

Logo após a transição para a modernidade (período em que Elizeth Cardoso se consagra como diva), a música brasileira dos anos 60 teve, quase ao mesmo tempo, três cantoras maravilhosas, com grandes composições: Maria Bethania, Elis Regina e Gal Costa. Cantaram o que de melhor fizeram para a canção brasileira (de Tom Jobim, Carlos Lyra, Edu Lobo, Menescal, Chico Buarque, Gil, Caetano, Roberto Carlos, Milton Nascimento, João Bosco, Marcos Valle, Hime, Paulinho da Viola, Belckior, e tantos outros. Digam-me, que outros intérpretes puderam desfrutar de tantas coisas boas, diga-se de passagem, inéditas, vinda desses caras, aí?

Bem, hoje vamos de Gal. Vocês devem notar que ela transita de uma voz doce, açucarada (um João Gilberto de saia) a um canto rasgado, sujo, meio Janis Joplin. Canta Jards Macalé, Luis Melodia, Wally Salomão (fase hippie que resistia a ditaduta… Gil e Caetano foram exilados). Foi assim quando defendeu “Divino Maravilhoso” no 4º Festival da TV Record, em 1968; tempos do Tropicalismo. E aí surge uma Gal que entoa a guitarra de Lanny Gordin. Ainda em 68, Gal dá outra mudada… Grava o disco “Cantar” e inicia outro repertório com canções do João Donato e Carlos Lyra, uma fase em se preocupada mais com a respiração e larga a agressividade. Esse novo caminho segue com Dorival Caymmi, Chico Buarque, Gil, Suely Costa, Gonzaguinha, Milton, Caetano, Djavan.

Em 1979, ela coloca batom vermelho, calça salto alto e se enfeita de vermelho com uma flor espetada nos cabelos, vestido sensual. É transformada num mulherão. É a “Gal Tropical”, canta, com naturalidade, emitindo a voz sem esforço, segura, espontânea, sem exageros, “Samba Rasgado”, “Noites Cariocas”, “Juventude Transviada” “Estrada do Sol” e, maliciosamente dançante, a velha marchinha de Braguinha, do Carnaval de 36, “Balancê”.

Em seguida, canta Ary Barroso (“Tu”, “Folha Morta”, “Inquietação” e “Jogada pelo Mundo”). Gravao disco “Fantasia”. A cada fraquejada de um hit nas rádios, outro se sucede com igual ímpeto. “Meu bem, Meu mal”, “Açaí”, “Massa Real” e o top, “Festa do Interior”, de dois mestres, Morais Moreira e Abel Silva. Em “O Amor”, Gal explode num agudo com a perícia de uma lancetada de bisturi dada por exímio cirurgião. Paralelamente, toma parte num disco de outra gravadora, com João Gilberto, decorrência do comentado especial na TV Tupi ao lado de Caetano.

Já em 1982, grava o penúltimo disco na Polygram. O título resume sua carreira: “Minha Voz”. Amadurecida o suficiente para não se tornar uma clone dela mesma, Gal Costa “fecha a tampa” dos 16 anos na gravadora com duas interpretações definitivas no disco “Baby Gal”, “Mil Perdões” e “Eternamente”. O timbre doce se mantém na região grave e, na aguda, cresce emocionadamente, aliando à técnica próxima da perfeição uma afinação fisicamente irretocável.

Pois bem, tudo isso para dizer que Gal Costa tem relançada sua obra gravada nos 16 anos de contrato com a gravadora Philips/Phonogram/Polygram, reunida pela Universal. E posso dizer que ficou belo, divino maravilhoso.  

Ariano Suassuna e Caetano Veloso

22 sábado ago 2009

Posted by zedec in O Povo Brasileiro

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Antonio Nobrega, Ariano Suassuna, Braulio Tavares, Caetano Veloso, Claudionor Germano, Evocação, Madeira do Rosarinho, Movimento Armorial, Tropicalismo

Ariano & Caetano

Artigo do Bráulio Tavares (11-03-2006)

No Carnaval de Recife, vi, no show de Antonio Nóbrega, uma cena que me deixou matutando. Na lateral do enorme palco, sentados lado a lado em cadeiras fornecidas pela produção, assistiam o show Ariano Suassuna e Caetano Veloso. Ariano, um dos homenageados oficiais do carnaval (juntamente com o grande Claudionor Germano); Caetano, visitando o carnaval de Pernambuco pelo segundo ano consecutivo.

No final, Nóbrega chamou Ariano ao palco para cantarem juntos “Madeira do Rosarinho”; depois, chamou Caetano. Juntos, os três cantaram o grande frevo-de-bloco “Evocação no. 1”, aquele que todo nordestino sabe de cor: “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon, cadê teus blocos famosos?…” E uma multidão incalculável (eu pelo menos não consegui calcular), que se espalhava pelo largo do Marco Zero e pelas ruas que convergem para lá, aplaudiu a presença conjunta do criador do Movimento Armorial e do criador do Tropicalismo.
Isto significa que algum dos dois, ou ambos, estariam abrindo mão de suas idéias, de suas posições? Duvido. O Brasil inteiro sabe o que pensam os dois. Seus seguidores muitas vezes se engalfinham metaforicamente, e têm uma tendência a ver o lado oposto de forma redutora, caricatural e empobrecida. Eu, que me vejo equidistante aos dois, tenho consciência do quanto eles estão afastados, e do quanto se parecem. Ariano e Caetano são dois brasileiros raros: têm uma fé ilimitada no Brasil, na sua força, na sua possibilidade de um destino glorioso. O “Brasil” de cada um reflete, é claro, a origem de cada um. Ariano pertence à estirpe ascética e rija dos sertanejos, Caetano pertence à cultura hedonista e malemolente dos mulatos litorâneos. Ariano é um defensor da Tradição, do eixo vertical de uma acumulação cultural de séculos; Caetano é um buscador insaciável da Novidade, do florescer contemporâneo de mil novas formas de sentir e de pensar. Os interesses dos dois são tão afastados que ambos se tornam indispensáveis. Sem um dos dois, o Brasil seria caolho.

O que os une é essa paixão pelo Brasil e essa fé no Brasil (paixão e fé que invejo, porque as sei superiores às que sinto). Vendo-os a cantar juntos, vejo-os unidos também pela lembrança de Felinto, de Pedro Salgado, dos velhos blocos de rua, do carnaval como fonte permanente e inesgotável da alegria e da criatividade do povo, e das belas canções que celebram nossa gente e nossa cultura. Não porque estas sejam ou pretendam ser superiores à gente ou à cultura de outras regiões; mas porque são nossas, e um povo que não gosta de si próprio e não vê valor em si próprio não pode esperar respeito da parte de seu – ninguém.
Caetano está com 63 anos, Ariano com 78; suas carreiras têm sido divergentes, mas o espírito que as anima é o mesmo. Quando daqui a 100 ou 200 anos os compositores fizerem novas “evocações”, seus nomes aparecerão lado a lado, como os de Felinto, Pedro Salgado, Guilherme ou Fenelon. O futuro lhes agradece.

Mote

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